O método de trânsito
Atualizado: 17 de jan. de 2021
Saiba mais sobre o método de trânsito, como funciona e qual sua importância

O método de trânsito é de extrema importância pois de acordo com as curvas de luz fornecidas através da análise, estimativas acerca do raio de um planeta podem ser fornecidas. Assim, juntamente com a velocidade radial (que coleta os parâmetros da estrela, como o raio) e a espectroscopia (formas de detecção de exoplanetas) muitas vezes realizadas simultaneamente à analise do trânsito, é possível se estimar a massa (através da 3ª lei de Kepler) e a composição do planeta (graças a sua densidade).
No trânsito, o objeto que possui tamanho angular menor fica a frente do outro objeto (em relação ao observador), logo é formada uma sombra do objeto menor na superfície do maior- através dessa sombra, que a curva de luz característica da estrela é observada e analisada atrás do possível planeta que a orbita.
Como funciona?
Dada uma Host Star com a curva de luz que aponta um possível planeta em trânsito, é necessária a análise e observação desta para a confirmação do possível candidato. Assim, são feitas comparações em diferentes épocas e períodos, além de se observar o transito completo no mínimo 3 vezes para que se confirme a real existência de um planeta, e não apenas uma anomalia passageira na curva de luz (como por exemplo um objeto/corpo qualquer que poderia ter passado pela estrela no momento da observação do transito). Com isso, é interessante notar que a maioria dos planetas descobertos são gigantes de período orbital curto, já que a observação de um período >=10 dias torna a observação mais complicada.
Informações importantes acerca do método de detecção por trânsito: A seguir, se encontram algumas observações importantes em relação ao método de observação do trânsito de um Exoplaneta que orbita sua Host Star:
Para que trânsitos planetários sejam detectados a estrela host precisa conter pelo menos um planeta;
O plano orbital do planeta deve estar praticamente alinhado com o telescópio;
Período orbital do planeta deve ser consideravelmente curto para que haja as melhores condições de observação;
Os exoplanetas observados devem possuir o mínimo de massa comparado com os planetas do sistema solar para que sejam de fato considerados planetas;
Na Antártica se encontram condições favoráveis em questão de engenharia do telescópio devido a planicidade do solo e a baixa quantidade de ruídos da atmosfera terrestre.
As curvas de Luz

Curva de luz é o nome dado à quantidade de luz emitida por uma estrela em relação ao seu observador, que quando possui algum objeto a orbitando, ou até mesmo se passar por alguma perturbação (como alguma explosão em sua superfície) pode variar.
Dessa forma, a curva de luz da estrela diminui quanto o planeta se encontra no eclipse primário (passando na frente da estrela), enquanto no eclipse secundário (planeta passando atrás da estrela) o observador recebe a quantidade de luz total da estrela, já que não possui nenhum corpo a bloqueando. Vale lembrar também que quando se fala em Fluxo total, este representa o fluxo da estrela somada ao fluxo do planeta, assim, durante o trânsito é necessário subtrair do resultado o valor da luz da estrela ocultada pelo planeta.
A zona da sombra formada na superfície da estrela depende da proximidade do planeta em relação a esta, por exemplo, quanto mais próximo o planeta, mais sombra existe na superfície. Probabilidade de trânsito.
A probabilidade de trânsito se encontra na razão entre o raio da estrela (acrescido da soma do raio do planeta) e a distância orbital, logo, aumenta com a excentricidade orbital.
Bibliografia
W. C. Santos, R. A. (s.d.). Descobertas de exoplanetas pelo método do transito. Fonte: Revista Brasileira de Ensino de Física: http://www.scielo.br/pdf/rbef/v39n2/1806-1117-rbef-39-02-e2308.pdf
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